quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Artistas querem mais apoio ao artesanato


O artesão Miguel Gomes destacou ontem a importância de se dar mais apoio ao artesanato a nível nacional, tendo em conta a qualidade dos produtos colocados à disposição do público.

O artista lamentou as dificuldades para a obtenção de material do artesanato, devido à ausência de indústrias fabris, que impede o desenvolvimento da actividade. Muitas vezes, recordou, os criadores têm de recorrer ao mercado exterior para comprar material.

Benguela é a única província que abastece o mercado nacional em termos de cabedal, que é o produto básico para a ‘micro empresa’ do artesanato. Às vezes temos que ir aos países vizinhos, principalmente Namíbia e África do Sul”, informou.

O artesanato é o próprio trabalho manual, mas com a mecanização da indústria o artesão é identificado como aquele que produz objectos pertencentes à chamada cultura popular”, acrescentou.

Temática diversa

A actividade artesanal no país é diversa, razão pela qual existe uma variedade de temas patentes nas peças que são vendidas diariamente no mercado do Benfica, no município de Belas, em Luanda. Peças sobre a mulher mumuíla, o batuque, a Palanca Negra Gigante, ou com paisagens de África, bem como o retrato de autoridades tradicionais angolanas fazem parte do imenso leque dos artesãos nacionais.

Estas temáticas estão gravadas em suportes artísticos como madeira, pedra, telas e demais materiais usados pelos artesãos para manter vivos os vestígios culturais nacionais. 


Fruto do valor que esta arte representa, já que reproduz e mantém viva a alma de qualquer sociedade, muitos são os angolanos que acorrem, com alguma frequência, ao mercado do Benfica para adquirir as peças. O mercado do Benfica existe desde os finais dos anos 80.

Maria Alegria, natural do Huambo, artista que vende no mercado, disse que é artesã há 16 anos e gosta desta profissão porque valoriza a arte angolana. “Temos que valorizar a cultura do país”, asseverou.

Para Domingos Mudundi, outro artista, que aprendeu a arte de pintar com areia com um amigo, hoje mostra-se satisfeito, porquanto sobrevive disso. Domingos Mudundi disse que hoje o artesanato é uma arte de destaque, não só para os estrangeiros, mas também para os angolanos.


in Jornal de Angola de 28.09.2013

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