Angola em fase de produção agrícola de superação do défice alimentar

A directora-geral adjunta do Instituto de Investigação Agronómica (IIA), Maria de Fátima, afirmou hoje, na cidade do Huambo, que Angola encontra-se numa fase de produção agrícola de superação do défice alimentar, causado pela queda da produção, devido ao conflito armando que assolou o país e da irregularidade climática.

Esta posição da directora-geral adjunta do Instituto de Investigação Agronómica foi expressa durante o acto que marcou a apresentação do projecto de promoção da cultura de soja, nas províncias do Huambo e do Bié, que visa apoiar os camponeses no cultivo deste cereal, na produção de sementes e nos meios de armazenamento financiados pelo PNUD.

A responsável referiu que o défice alimentar tem haver, igualmente, com a pobreza dos solos e baixo rendimento da produção, motivo pelo qual a estratégia adoptada pelo governo visa essencialmente aumentar os rendimentos agrícolas, assente na produção familiar com maior destaque para as culturas de bases como o milho, feijão, arroz, batata-doce e a mandioca.

A directora-geral adjunta do IIA afirmou que a cultura de milho, que é a principal base alimentar da população do planalto central, apresenta rendimentos bastantes baixos, devido ao mau estado dos solos, fertilizantes inadequados e a estiagem que se tem verificado nos últimos tempos.

"Para haver aumento da segurança alimentar torna-se necessário introduzir e expandir as culturas alternativas como a soja, produzida em pequena escala no planalto central", defendeu.

A implementação do projecto de promoção da cultura da soja nas províncias do Huambo e do Bié, numa iniciativa do Instituto de Investigação Agronómica, em parecia com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e da fundação CODESPA, visa igualmente o lançamento de bases para produção deste bem alimentar em grande escala.

Para o projecto de promoção da cultura de soja estão preparados 64 hectares, sendo 46 na província do Huambo e 18 na do Bié. Seis cooperativas com 553 camponeses vão participar no projecto.

in ANGOP de 15.03.2013