Os quatro, com camisolas, chapéus e cachecóis do MPLA, revelaram a decisão num comunicado que refere que “reconciliação, igualdade, justiça e desenvolvimento não fazem parte do quotidiano da UNITA”.
O documento acusa os dirigentes da UNITA de perderem tempo “em lutas de poder e de desvios de fundos do partido”.
Os quatro disseram que antes de aderirem ao MPLA fizeram uma reflexão “durante muito tempo” e concluíram que “o país está a mudar para melhor”.
Os ex-dirigentes da UNITA afirmaram que “ainda há muito por fazer”, mas que não se pode duvidar do trabalho que o Executivo faz.
Os quatro apelaram “às consciências dos ainda cépticos”, pediram-lhes para pensarem “numa Angola melhor para todos” e sublinharam que “o crescimento do país se deve ao empenho do Presidente José Eduardo dos Santos”.
Nicolau Miguel, militante da UNITA desde 1992, disse que a saída da UNITA não se deveu a Isaías Samakuv, “é apenas é uma convicção pessoal”.
Victor Xieto, que entrou um ano antes para UNITA e que era da Comissão Politica da UNITA desde o ano passado, referiu que o presidente do seu antigo partido foi a causa da sua decisão por apostar no tribalismo e colocar nos lugares estratégicos pessoas do Bié.
O vice-presidente, Ernesto Mulato, acusou, é uma figura decorativa, “não tem poder”.
Dissidência na CASA-CE
Em conferência de imprensa em Luanda, o antigo membro da organização juvenil da coligação liderada por Alicerces Mango afirmou que a adesão ao partido no poder foi voluntária e anunciou que, brevemente, centenas de jovens da CASA-CE no Huambo vão seguir o mesmo caminho, por não se reverem nos programas desta formação política.
“Ingressei no MPLA de cabeça erguida e não me arrependerei por ter abandonado a CASA-CE, onde não beneficiei nada, apesar das funções que nela desempenhei”, declarou Alicerces Mango, para quem os dirigentes da coligação criaram esta formação política para fins pessoais ou financeiros.
O antigo membro da Juventude Patriótica (braço juvenil da CASA-CE) justificou ainda a sua saída com o facto de a coligação não ter satisfeito os seus anseios e por demonstrar não ter rumo certo.
O novo militante do MPLA disse compreender o programa do partido no poder, onde acredita que vai encontrar melhor ambiente para dar o seu contributo ao desenvolvimento do país.
Alicerces Mango lembrou que o MPLA é o partido que implantou a paz e a democracia em Angola e mantém-se na vanguarda da resolução dos problemas da população.
Seminário regional
O secretário para a mobilização e organização do MPLA apelou aos militantes em Saurimo para se engajarem nas actividades programadas para elevar a credibilidade do partido.
Carlos Ferreira Pinto, que discursava na sessão de abertura do seminário inter-provincial de mobilização e gestão de militantes, que juntou representantes dos comités provinciais da Lunda-Norte, Lunda-Sul e Moxico, referiu que o encontro visou aumentar as competências dos participantes nos domínios da organização e mobilização.
Os participantes apresentaram por províncias o balanço das actividades desenvolvidas no âmbito das estratégias de crescimento, definidas pelo partido para o período 2010/2012.
Os militantes apresentaram propostas para os próximos cinco anos e avaliaram as dificuldades registadas por algumas estruturas de base e intermédias, tendo como finalidade o aumento da eficácia.
Na qualidade de anfitriã, a primeira secretária do MPLA na Lunda-Sul, Cândida Narciso, ressaltou a importância do encontro para a unidade e organização interna. Dirigentes do MPLA das províncias do Huambo, Benguela, Bié, Kwanza-Sul e Kuando-Kubango concluíram no Huambo a análise das estratégias internas de mobilização e gestão das organizações de base do partido.
O encontro, cuja cerimónia de encerramento foi presidida pelo secretário do bureau político para a organização e mobilização, Ferreira Pinto, analisou durante três dias mecanismos para fortalecer as estruturas de base do partido na região.
Ferreira Pinto defendeu a realização de debates e acções de mobilização constantes, como única via para o crescimento do partido e o cumprimento das actividades programadas pelas estruturas superiores, “tendo em conta o seu compromisso com o povo”.
O encontro regional de dirigentes do partido vai reforçar o plano geral de acções aprovado na sessão ordinária do comité central. O plano visa qualificar responsáveis ligados à mobilização dos militantes.
in Jornal de Angola de 22.07.2013
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