A vila do Bailundo, 75 quilómetros a norte da cidade do Huambo, completa hoje,
terça-feira, 111 anos desde a sua ascensão à categoria de vila, com avanços
consideráveis em todos os domínios da vida económica, social, política e
cultural.
A circunscrição, que ascendeu à categoria da vila aos
16 de Julho de 1902 através do decreto-lei nº 54 do Boletim Oficial nº1, mudou
significativamente a sua imagem nos últimos 11 anos, depois de Angola conquistar
a paz e reconciliação nacional no dia 4 de Abril de 2002.
Chamada por muitos como terra do Rei Ekuikui e
Katyavala, a região possui uma extensão de sete mil e 65 quilómetros quadrados e
uma população estimada em 237 mil habitantes, distribuídos em 70 povoações
comerciais e 568 bairros e aldeias que compreendem as suas cinco comunas:
Hengue, Lunje, Bimbe, Luvemba e sede municipal.
Logo a entrada da vila, o Centro Cultural Mbalundu
demonstra a mudança da imagem da região, com estátua em homenagem ao Rei Ekuikui
II, símbolo da resistência anti-colonial no planalto central de Angola, a
revelar a imponência do local.
Os últimos anos têm sido decisivos para a população do
Bailundo, que tudo faz para que a vila venha a ser um cartão de visita para os
que se deslocam à circunscrição encontrem ali um lugar cada vez mais acolhedor e
aprazível, com a construção de hotéis.
Verifica-se também um ritmo acelerado nos ramos da
educação e saúde com a expansão deste dois serviços imprescindível para o
bem-estar de qualquer sociedade, a par do aumento da produção agropecuária,
distribuição de água potável e do fornecimento de energias eléctrica em todas às
comunas.
A vila municipal conta, neste momento, com uma
Repartição Fiscal das Finanças, dos Correios de Angola e com agências do Banco
de Poupança e Crédito (BPC), Banco Internacional de Crédito (BIC), Banco de
Fomento Angola (BFA) e do Banco Sol.
O administrador municipal do
Bailundo, Irineu Sacaála, deu conhecer que o município está a desenvolver-se com
a construção de várias obras de impacto económico-social, com destaque para
construção da nova centralidade, que vai albergar três mil casas, e a
reabilitação do troço rodoviário Bailundo/Cassonque (província do Kwanza
Sul).
"Estamos a trabalhar no sentido de melhorar as
condições de vida das populações, visto que a preocupação central do Executivo é
solucionar as dificuldades das famílias. Dai a razão da construção de diversas
infra-estruturas escolares, sanitárias e rodoviárias, como são o exemplo da
recuperação das vias e pontes de acesso às comunas e sectores para permitir o
escoamento dos produtos agrícolas e medicamentos", sublinhou.
Em alusão às festividades comemorativas aos 111 anos da
fundação da vila do Bailundo, o administrador disse que estão agendadas
actividades culturais, desportivas, religiosas e palestras sobre a história da
circunscrição.
O reino do Bailundo conta com uma Ombala Mbalundo onde
funcionam 35 sobas, dos quais oito permanentes que residem naquele local
tradicional e o monte Halavala, local histórico onde jazem os restos mortais dos
Reis Katyavala, Ekuikui II e IV.
Passaram pelo reino do Bailundo 36 soberanos,
designadamente Katiavala I, Jahulo I, Samandalu, Tchingui I, Tchingui II,
Ekuikui I, Numa I, Hundungulo I, Tchissende I, Jungulo, Ngundji, Tchivukuvuku
Tchama Tchongonga, Utondossi, Bonji, Bongue, Tchissende II, Vassovava e
Katiavala II.
Os soberanos Ekongoliohombo, Ekuikui II, Numa II, Moma,
Kangovi, Hundungulo II, Mutu ya Kevela (vice-rei), Tchissende III, Jahulo II,
Mussitu, Tchinendele, Kapoko, Numa II, Pessela Tchongolola, Ekuikui III e
Ekuikui IV, completam a lista. Armindo Francisco Kalupeteka (Ekuikui V) é o
actual rei.
in ANGOP de 16.07.2013
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