quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Barragem do Cuando atrai milhares de turistas


O sector do Cuando, na comuna da Calima, tornou-se num dos pontos turísticos mais visitados a nível da província do Huambo, nos últimos tempos. A barragem hidroeléctrica e a Missão Católica local são as principais atracções.

Os turistas, quando alcançam a província, procuram conhecer as potencialidades naturais que o sector, que se situa a cerca de 20 quilómetros do Huambo, possui.

A fundação da Missão do Cuando surgiu por iniciativa de um grupo de missionários católicos da congregação do Espírito Santo, chefiados por Monsenhor Luís Alfredo. Na altura, os evangelizadores instalaram a missão no recinto onde está erguida actualmente a Biblioteca Constantino Camõli.


Com a construção da cidade do Huambo, a instituição foi instalada, em 1910, na localidade do Cuando, próximo do rio que deu nome à área, tornando-se uma das maiores atracções turísticas.


O pároco da Missão, André Kalupesi, explicou que oito dias após várias buscas do lugar onde reinstalar a missão, os missionários pernoitaram na margem do rio Cuando, tendo eles determinado que seria ali o espaço ideal para a sua construção.


A construção da Missão Católica do Cuando visou, em primeiro lugar, espiritualizar e promover o homem, através da evangelização e da aprendizagem, salientou o padre Kalupessi.


Desde então, os primeiros missionários preocuparam-se com a construção de escolas, postos médicos, internatos e centros de artes e ofícios.


A partir do rio Cuando foi construída uma barragem hidroeléctrica, pertença dos Caminhos-de-Ferro de Benguela (CFB), que deu origem à albufeira onde diariamente nativos e turistas buscam a diversão. A barragem gera até hoje e­nergia eléctrica para a Missão Católica, CFB e às zonas residenciais dos bairros São João e 8 de Fevereiro. 


Neste momento, constatou-se  que nas margens do rio Cuando estão a nascer alguns complexos hoteleiros, para oferecer aos visitantes melhor alimentação e acomodação.

Paralelamente ao divertimento, a outra margem do rio é utilizada para a lavagem de viaturas, onde os jovens e adolescentes cobram por este serviço. 


O pequeno João, de 12 anos, aluno da 6ª classe, mora nos arredores da missão e exerce esta actividade. Diariamente, o rapaz lava entre três a quatro carros. Parte do dinheiro que consegue com estas lavagens compra material escolar, enquanto outra serve para ajudar a família.


Algumas donas de casa também buscam daí o sustento das famílias, com a comercialização de bebidas e petiscos. “Nos dias de semana, andamos a vender pouco, mas aos sábados e domingos vem muita gente aqui passear”, disse Marta Nambuale.


Apesar da beleza do local e da água ser bastante convidativa para mergulhos, a albufeira é inapropriada para os banhistas, tendo em conta a quantidade de lodo que existe no fundo do rio. Aliás, os moradores contam que tem havido muitas mortes por afogamento no local. 


E, para prevenir mais mortes, todos os fins-de-semana, os Serviços de Protecção Civil e Bombeiro têm patrulhado o local com lanchas, assim como leva a cabo campanhas de sensibilização junto dos turistas, informando os perigos que correm naquele rio, caso banhem na albufeira.

in Jornal de Angola de 03.10.2013

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