Várias congregações religiosas na província do Huambo pediram ao Governo e à UNITA para que apliquem os princípios da reconciliação nacional defendidos nos acordos de paz.
Este apelo foi transmitido pelos responsáveis de várias igrejas sedeadas naquela província. Igrejas, como a Católica, a Evangélica Sudoeste de Angola (IESA), o Bom Deus, a Nova Apostólica e a Pentecostal, esperam que os actos que ceifam vidas humanas não voltem a acontecer.
“A guerra ceifou milhares de vidas e destruiu a totalidade das infraestruturas. Neste momento, os angolanos devem continuar num processo de reconstrução e não de destruição”, apelam as igrejas.
Entretanto, o clima de tensão subiu no Huambo, na sequência do assassinato, no passado dia 11 de Maio, no sector da Kuketa, comuna sede do Município do Londuimbali, do secretário para a Administração e Finanças do Secretariado do Comité Comunal da UNITA no Londuimbali, Francisco Epalanga.
A morte deste responsável da UNITA foi alegadamente atribuída aos militantes do MPLA, mas o vice- governador para a área política e social, Guilherme Tuluca, negou tais acusações.
Depois da morte daquele militante da UNITA, a direcção do Galo Negro local apelou à realização de uma vigília em memória do malogrado.
A vigília foi rejeitada pelas autoridades governamentais locais, alegando que “tinham em posse informações de que a UNITA convocou os qeus ex-comandos para provocarem distúrbios durante uma vigília”.
“Queremos apelar às autoridades da UNITA para ponderarem. Qualquer tipo de retaliação não vai corrigir o que já foi feito, pode agravar a situação”, disse o vice-governador, acrescentando que “o governo não vai cruzar os braços e usará todos os instrumentos que tem para impedir qualquer acontecimento”.
Não obstante o alerta do Executivo local, a UNITA insiste que vai mesmo organizar a vigília. A respeito da reacção do vice-governador, o secretário da UNITA no Huambo, Liberty Chiyaka, disse terça-feira, em conferência de imprensa, que “a atitude do vice-governador demonstra uma atrapalhação visível por parte do governo da província e uma tentativa pouco inteligente de inverter e escamotear a verdade dos factos”.
Na opinião do deputado à Assembleia Nacional, “isso revela a falta de capacidade do governo em resolver o problema que é fruto de directivas dos próprios governantes aos seus subordinados hierárquicos”.
“Quem cria os problemas sociais, sejam eles quais forem, nunca tem capacidade para os analisar e resolvê-los. Na Província do Huambo, está mais do que demonstrado, que na base dos actos de intolerância política que têm resultado em morte dos militantes da UNITA estão os dirigentes incompetentes do MPLA que são os que, por enquanto, detêm, por meios fraudulentos, o poder político em Angola”, acrescentou.
Para o efeito, o Grupo Parlamentar da UNITA vai exigir da Assembleia Nacional o envio “urgente” de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para averiguar as circunstâncias do assassinato do Secretário Municipal das Finanças da UNITA, Francisco Epalanga.
A decisão foi tomada na reunião do Grupo Parlamentar da UNITA, realizada na manhã desta segunda--feira, 20 de Maio, para preparar a VII Sessão Plenária Ordinária da Assembleia Nacional, prevista para dia 23 de Maio.
in Novo Jornal nº 279 de 17 maio de 2013
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