Três das quatro equipas angolanas regressam este fim-de-semana às competições sob a égide da Confederação Africana de Futebol, a que internamente chamamos de Afrotaças. 1º de Agosto, Recreativo do Libolo e Recreativo da Caála jogam com o intuito de limpar a má imagem deixada no CAN pelos Palancas Negras, por um lado, e defenderem o número de equipas que o país voltou a ter nestas provas depois de ter estado reduzido a duas durante um ano.
O Recreativo do Libolo e o 1º de Agosto jogam para as eliminatórias da Liga dos Clubes Campeões Africanos, enquanto o Petro de Luanda e o Recreativo da Caála são os nossos representantes na Taça Nelson Mandela, também designada Taça da Confederação, competições em que se espera um desempenho acentuado depois da pobre safra no ano passado.O campeão nacional em título está na Tanzânia para defrontar, domingo, o Simba Sports Club. Apesar de o futebol não ser uma ciência exacta e se revelar uma caixinha de surpresas, é, no entanto, quase exacto admitir que o Recreativo do Libolo tem esta eliminatória praticamente garantida.
Aliás, depois da eliminação no ano passado frente ao Sunshine da Nigéria, após expressiva vitória de 4-1 no jogo da primeira mão, em Calulo, o representante angolano tem a obrigação de fazer uma campanha mais condizente com o estatuto de campeão, apesar de ser um novato nestas andanças africanas. Espera-se que o problema da troca abrupta de treinador, numa altura em que a equipa já tinha iniciado a época, não venha a repercutir-se no seu desempenho, e que Henrique Calisto, técnico que substitui o compatriota José Dinis, já esteja entrosado com os seus novos pupilos.
Na mesma frente vai estar igualmente o 1º de Agosto. Os militares jogam em casa, amanhã, frente ao Adema do Madagáscar, um adversário que também se pode dizer ao alcance da equipa angolana, a julgar pelo ranking dos dois países, tanto em África como no mundo. A jogar em casa, o segundo representante angolano na fase preliminar da Liga dos Campeões tem, à partida, a possibilidade de fazer um resultado que lhe possa garantir a qualificação, desde que saiba tirar proveito de todos estes factores enunciados, a condição de jogar em casa e de o adversário provir de um país sem grande histórico, futebolisticamente falando.
Com o Petro de Luanda a descansar, o Recreativo da Caála faz as honras da casa a nível da Taça da Confederação. A equipa do Huambo desloca-se até ao reduto do Power Dynamos, da Zâmbia, naquela que é tida como a partida mais difícil para os embaixadores angolanos nesta primeira mão. Apesar do quilate do adversário, augura-se que os caalenses consigam também um desempenho a contento para garantir a continuidade em prova, já que um resultado muito desnivelado, mesmo jogando a segunda mão em casa, pode revelar-se contraproducente para as suas aspirações. É importante que os nossos três embaixadores comecem bem esta empreitada, pois a continuidade nas respectivas provas depende muito do que acontecer agora nos jogos da primeira mão.
in Jornal dos Desportos de 15.02.2013
Sem comentários:
Enviar um comentário