quinta-feira, 16 de maio de 2013

Degradação dos solos causa ocupação desordenada de terras


A degradação dos solos e a diminuição da sua capacidade produtiva foram apontadas hoje, no Huambo, pelo professor Agnelo Chiunde Miguel, da Faculdade de Ciências Agrárias, como causas da ocupação desordenada de terras.
 
Ao apresentar o tema “resultados do diagnóstico sobre a qualidade de produção das famílias camponesas para a implementação de sistemas agro-florestais”, inserido na conferência internacional sobre protecção e maneio das florestas angolanas, o especialista referiu que o desmatamento e o crescimento demográfico também estão na base da ocupação de terras.
 
Agnelo Miguel informou que a utilização de sistemas agro-florestais podem recuperar áreas degradadas, melhorar a fertilidade dos solos, contribuindo assim para a redução dos efeitos das alterações climáticas e redução da fome e da pobreza.
 
Explicou que o aumento do uso da terra, ligado a pressões económicas por ganhos imediatos, origina à necessidade de implementação de novos modelos de desenvolvimento baseados no uso sustentável dos recursos naturais, principalmente os solos.
 
Na sua visão, os actuais modelos de produção agrícola, implementados em Angola, não resolveram os problemas de abastecimento, capacidade produtiva e do meio ambiente.
 
Actualmente não se verifica aumento da renda do pequeno produtor e ainda há um processo de escassez dos recursos naturais e de diversidade genética das espécies”, asseverou.
 
Realçou, na sua dissertação, que os sistemas agro-florestais constituem uma opção para os pequenos produtores rurais, podendo conciliar a produção de alimentos com a conservação dos recursos naturais e sua manutenção.
 
Estes sistemas, disse o professor da Faculdade de Ciências Agrárias, são formas de uso e maneio da terra, onde as árvores ou arbustos são utilizados em conjunto com culturas agrícolas ou com animais numa mesma área, de maneira simultânea ou numa sequência de tempo.
 
Os sistemas agro-florestais apresentam vantagens na recuperação da produtividade de solos degradados, através das espécies arbóreas implantadas (adubando naturalmente o solo, reduzindo a utilização de adubos externos), aumentando a eficiência económica da unidade produtiva”, disse.
 
Participam na conferência internacional sobre protecção e maneio das florestas angolanas, aberta terça-feira, representantes do instituto de desenvolvimento florestal do Huambo, Bengo, Benguela, Huíla e Namibe, além de professores e estudantes da Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade José Eduardo dos Santos.
 
in ANGOP de 16.05.2013

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