sexta-feira, 15 de junho de 2012

Administrador municipal contra aplicação no país de modelos democráticos importados


Administrador do município do Huambo, José Luís de Melo Marcelino.

A aplicação no país de modelos democráticos importados de realidades muito diferentes da angolana foi repudiada pelo administrador do município do Huambo, José Luís de Melo Marcelino.

Este repudio foi manifestado quando o responsável discursava na cerimónia de abertura do seminário de apresentação pública do projecto de reforço das capacidades das organizações da sociedade civil, numa iniciativa da ADRA (Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente).

Defendeu que tais modelos, que considera serem exógenos, devem ser aplicados com recurso às boas experiências dos poderes políticos, sociais, administrativos e tradicionais existentes no país e em franca adaptação à realidade actual.

Informou que os estereótipos de democracias do mundo desenvolvido, que se tentam introduzir nos países pobres e pouco desenvolvidos, têm mostrado conduzir a muito mais problemas do que soluções.

O administrador do município do Huambo disse que o reforço da cidadania, do civismo, das capacidades organizativas da população, a defesa dos direitos de cada um, o respeito pela propriedade alheia, os valores morais e cívicos, o respeito pelas hierarquias sociais e etárias têm modelos que não precisam ser importados pelos angolanos.


Precisamos apenas de aplicar e seguir os bons exemplos nacionais que temos, imitar aquelas aldeias e quimbos mais recônditos, onde o poder e a hierarquia flúem de forma natural, a educação cívica está dentro de cada um, as práticas do quotidiano são aplicadas sem o conhecimento teórico das leis ou regulamentos”, frisou.

José Marcelino disse também que os programas, com uma componente social, moral e cívica muito vincada, facilmente podem ser instrumentalizados e conduzir a situações que em nada têm a ver com o objectivo primordial a que se destinam.

in ANGOP de 15.06.2012


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