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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
Museu funciona com limitações devido à sua degradação
O director do Museu do Huambo, Venceslau Cassessa, admitiu hoje, quarta-feira, em declarações, no Huambo, que a instituição que dirige funciona com muitas limitações, estando, por isso, muito aquém de satisfazer a demanda dos seus serviços.
Informou que as limitações no funcionamento do Museu do Huambo, primeira instituição do género na região centro sul de Angola, resultam do facto do imóvel apresentar um avançado estado de degradação, tendo defendido a necessidade do referido edifício entrar urgentemente em obras de reabilitação, a fim de evitar que possa desabar.
Venceslau Cassessa, que considera deplorável as condições a que está exposto o acervo do museu, frisou que, além das fissuras que o imóvel apresenta no seu interior e na parte externa, a cobertura apresenta-se degradada, uma vez estar a filtrar água, causando humidade nas paredes e má conservação das peças museológicas.
Disse que outro problema que a instituição enfrenta prende-se com a falta de segurança e a insuficiência de expositórios e vitrinas, razão que motivou a direcção do museu a colocar maior parte das suas peças no depósito.
"O edifício, apesar de muito antigo, foi reabilitado pela última vez em 1994. De lá para cá assiste-se lentamente a sua degradação, colocando em risco as peças existentes, além de constituir um factor pouco atractivo para os visitantes", declarou.
De acordo com Venceslau Cassessa, tal situação agravou-se ainda mais com as constantes chuvas que têm se abatido nesta região planáltica do país, o que tem aumentado o nível de degradação do edifício.
Segundo ele, caso não forem ultrapassados tais constrangimentos a instituição poderá encerrar as portas ao público, a julgar pela falta de condições para atender os visitantes.
“Basta ver que retiramos quase todas as peças das vitrinas e optamos em guardá-las”, lamentou o director do Museu do Huambo que, entretanto, sublinhou que apesar de tais limitações o museu tem sido visitado, em média diária, por 50 pessoas, entre estudantes e turistas ávidos em querer saber da história desta região e dos usos e costumes do povo ovimbundo.
Fez saber que durante o ano passado receberam quase onze mil visitas, na sua maioria estrangeiros que vêm a cidade do Huambo como um destino turístico e de estudantes universitários que buscam informações diversificadas no museu para enriquecimento de suas teses de fim de curso na especialidade de história.
O museu do Huambo conserva 900 peças diversas que retratam o passado dos povos ovimbundo, desde o modo de vida, lutas travadas contra opressão colonial, além de artefactos arqueológicos, fotográficos e zoomórficos.
Foi criado em 1948 pela Câmara Municipal de Nova Lisboa, com o objectivo de recolher dados de carácter etno-museológico e conhecimentos de usos e costumes da região do planalto central, sendo que na época incluía no seu acervo peças das províncias do Bié e do Kuando Kubango, dado ao carácter regional que o mesmo tinha.
in ANGOP de 16.02.2012
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