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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
Obras de reabilitação e ampliação do museu serão novamente incluídas no PIP
Pedro Nambongue Chissanga, diretor da cultura do Huambo
As obras de reabilitação, ampliação e apetrechamento do Museu do Huambo, em estado avançado de degradação, vão ser incluídas novamente, em 2012, pela Direcção Provincial da Cultura, no Programa de Investimentos Públicos (PIP) do governo local.
A garantia foi dada hoje, no Huambo, pelo director da Cultura, Pedro Nambongue Chissanga, quando reagia as declarações proferidas esta quarta-feira pelo director do museu, Venceslau Cassessa, ao considerar deploráveis as condições actuais da instituição que corre o risco de encerrar ao público.
Pedro Chissanga, que diz não ser da responsabilidade exclusiva da sua direcção solucionar os problemas do museu, informou que nos últimos três anos a instituição que dirige remeteu sempre ao gabinete do planeamento e estatística do governo do Huambo o programa de reabilitação e ampliação do museu, mas nunca foi aprovado por questões de prioridade.
“Desde 2008 que temos vindo a colocar no PIP da província a reabilitação do museu. Infelizmente, talvez por questões de prioridade do próprio executivo, tal projecto de reabilitação, ampliação e apetrechamento nunca chegou a ser aprovado. Vamos propor novamente em 2012 e aguardar que desta vez a sorte esteja do nosso lado”, explicou.
O director da Cultura na província do Huambo informou que, de acordo com o levantamento feito por uma empresa construtora, as obras do museu, ainda sem data de início, poderão custar entre um milhão de dólares a um milhão e meio.
Quanto ao facto de o Museu do Huambo não possuir um diploma legal que atribua autonomia financeira e administrativa da instituição, Pedro Nambongue Chissanga frisou que tal situação poderá ser solucionada brevemente, no cumprimento da aplicação do Decreto Presidencial aprovado em finais de 2010 que estabelece a regulamentação de todos os museus do país.
“A falta de institucionalização não é apenas um problema do Museu do Huambo. Ao nível do país os únicos museus devidamente legalizados, com autonomia orçamental e administrativa, são os de âmbito nacional”, desdramatizou.
Pedro Nambongue Chissanga disse igualmente que as autoridades locais, dada as dificuldades que enfrentam em cumprir com as exigências para criar um museu regional, optaram em tornar o Museu do Huambo numa instituição de âmbito provincial.
O museu da província do Huambo conserva 900 peças diversas que retratam o passado dos povos ovimbundo, desde o modo de vida, lutas travadas contra opressão colonial, além de artefactos arqueológicos, fotográficos e zoomórficos.
Foi criado em 1948 pela Câmara Municipal de Nova Lisboa, com o objectivo de recolher dados de carácter etno-museológico e conhecimentos de usos e costumes da região do planalto central, sendo que na época incluía no seu acervo peças das províncias do Bié e do Kuando Kubango, dado ao carácter regional que o mesmo tinha.
O seu director, Venceslau Cassessa, admitiu quarta-feira, em declarações à Angop, que a instituição funciona com muitas limitações, estando, por isso, muito aquém de satisfazer a demanda dos seus serviços.
Informou que as limitações no funcionamento do Museu do Huambo, primeira instituição do género na região centro sul de Angola, resultam do facto do imóvel apresentar um avançado estado de degradação, tendo defendido a necessidade do referido edifício entrar urgentemente em obras de reabilitação, a fim de evitar que possa desabar.
Venceslau Cassessa, que considerou deplorável as condições a que está exposto o acervo do museu, frisou que, além das fissuras que o imóvel apresenta no seu interior e na parte externa, a cobertura apresenta-se degradada, uma vez estar a filtrar água, causando humidade nas paredes e má conservação das peças museológicas.
in ANGOP de 17.02.2012
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